..Se preocupam com a luz espiritual. | Viagem de Karlis Andermanis para o Brasil – 1905

A Viagem de Karlos Andermann e senhora.


Publicado no Jornal denominacial “Avots”, (A Fonte) de 23 de junho de 1905:
Traduzido por Viganth Arvido Purim
Material gentilmente cedido por Brigita Tamuza da Letônia

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“K. Andermann e senhora embarcaram em Riga em data de 8 de junho para Hamburgo e de lá para o Brasil para junto aos nossos patrícios na colônia de Rio Novo onde serão os professores.

Os colonos construíram o prédio da escola e mandaram o dinheiro da viagem. Podemos verificar que nossos patrícios nas matas virgens do Brasil se preocupam pela luz espiritual.

Desejamos de todo coração que Deus conduza os Andermann e os abençoem em seu novo campo de trabalho.”

Ernesto Grüntal – Recordações de João Reinaldo Purin | Crónica Histórica de Rio Novo

ERNESTO GRÜNTALL – RECORDAÇÕES DE JOÃO REINALDO PURIN

Ernesto Grüntall era uma “figura” solitária que morava ao norte de nossa propriedade na colônia dos letos de Rio Novo e adjacências.

A nossa casa ficava numa subida que era conhecida como “o morro dos Purim”. A estrada ao chegar em cima do morro se dividia.

O local era conhecido como “encruzo” ou “encruzilhada”. À direita ia-se para Rio Carlota e à esquerda ia-se para Brusque do Sul. [ Neste ponto as pessoas que vinham da Igreja as vezes ficam bastante tempo conversando antes de separar-se e antigamente este lugar era chamado de “Kanels” porque havia um tronco imenso desta árvore]

Caminhando-se uns 100 metros para a esquerda, pela estrada cheia de pedras ferro pontiagudas, chegava-se à entrada da casa do Ernesto Grüntall. Havia uma porteira e mais para dentro uma casa de tijolos à vista. Era tudo muito simples, uma vez que não tinha a menor preocupação com coisa alguma. Estava sempre lendo alguma revista ou jornal antigo.

Mais aos fundos havia uma olaria que nunca a vi funcionando.
Mais adiante ainda ele fazia algumas plantações que não davam para a sua subsistência. Apesar de serem terras planas e uma grande área para cultivo.

Passados alguns tempos apareceu em sua propriedade e mais tarde veio morar na mesma casa uma senhora conhecida como Maria Bombazara que nós a chamávamos de “Velha Marica”. Usava óculos redondos, cabelos oxigenados e crespos artificialmente. Lembro-me que vi, perto do fogão, pela primeira vez uma espécie de tesoura ou tenaz que era aquecido no fogo para aquela finalidade. A “Velha Marica” era bem ranzinza. Criava problemas com todos os vizinhos; inclusive com meus pais, nunca soube o por quê. Parece também que mexia com algum tipo de magia.

Pois bem, o Ernesto Grüntall era de um físico frágil, como se pode ver na foto de n.289. Tinha um andar lépido. Freqüentemente aparecia em nossa casa para conversar com a vovó Lizette e com papai e os demais. Conversava bastante com o Valfredo que poderá também relatar outras recordações. Era pacífico e muito bom de conversa, sempre querendo saber das novidades. Não me lembro de tê-lo visto nervoso ou criando problemas com quem quer que seja.

Lembro-me de que nos tempos da 2ª Grande Guerra, ao receber uma carta, creio que tenha sido a última de sua namorada que se chamava Toska que morava na Alemanha; veio feliz nos mostra e lia alguns trechos que falavam de uma tal de “schlakfeast” que se referia ao carnear porco cevado.

Também trazia jornais da Alemanha com um suplemento infantil em Alemão “ KunterBunt” que nós ficávamos vendo as figuras. Ele era grande admirador do Führrer Adolf Hitler.

Outra lembrança que tenho do Ernestinho como era conhecido, foi quando, certa vez, ao voltar da cidade de Orleans, entrou em nossa casa e contou maravilhado que viu uma “máquina de moer dinheiro”. Era naturalmente a máquina registradora que ao se rodar a manivela, a gaveta se abria para dar o troco.

Outra vez, não sei como a conversa girou em torno de dentes. Ele, então disse que não queria mais dentes, pois assim toda comida ia direto para o estômago… Meu pai, como sempre, por tudo isso achava muito engraçado e ria muito. Pois o Ernestinho sempre dava a tudo um ar filosófico.

Pouquíssimas vezes aparecia na Igreja Batista Leta de Rio Novo bem como em outros eventos da comunidade leta, tais como piqueniques etc. Como já foi dito, era asceta, ou niilista, ou ateu ou coisa que o valha.

Saí de Rio Novo, em fevereiro de 1954. Passados alguns tempos, soube que o velho Ernestinho havia falecido e que tinha sido sepultado no cemitério da Igreja Batista de Rio Novo. O nosso pai é quem dirigiu o serviço do funeral. Não sei o que ele teria dito nessa ocasião a respeito dele. Realmente ele foi uma “figura” ímpar. Um bom vizinho.

Ernesto Grüntal – Informações adicionais 1 | Por V.A.Purim 2003

Anexo 1
Algumas informações adicionais sobre Ernesto Grüntall
Por
V.A.Purim

Ernesto veio da Letônia junto com a mãe dele Dª Gertrude que já em 1892 consta como membro fundadora da Igreja Batista Leta de Rio Novo.

Mais tarde esta senhora passou para a religião sabatista. Era muito boa vizinha nossa, pois os terrenos eram contíguos. A minha mãe lembrava com carinho desta senhora que era muito atenciosa e ajudava a cuidar dos muitos pimpolhos principalmente orientava e tranqüilizava o ambiente. Lembra de uma famosa receita de bolinho de carne que ela ensinava a fazer.

O Ernesto era um “Maverick” [boi que não acompanha a manada] que não acompanhava a maioria. Ele e o Luwig Rose bolaram um meio de sair de uma comunidade que eles não os aceitavam porque tinham opiniões diferentes. Então resolveram fugir a pé para a cidade de Porto Alegre. Naquela época o normal seria apanhar um navio em Laguna e ir até lá. Estradas não existiam de nenhuma espécie. Eles foram caminhando pelo litoral isto é pela beira do mar. Imagine as curvas, lagos, meandros e rios que tiveram de atravessar. Temos poucas informações sobre a viagem e a chegada lá.
Foram trabalhar em um Convento de Padres alemães onde aprenderam a língua alemã e plantaram muitas roças de batata inglesa.

Tempos depois o Ernesto voltou pra Rio Carlota. Os padres mandavam cartas de cobrança do saldo que ele teria ficado devendo.

As lembranças que eu tenho era de um reacionário tranqüilo. Leto que fumava cigarros de palha, que não ia a Igreja a não ser em festas ou eventos especiais.

Ele tinha uma olaria para fabricar telhas e tijolos, mas no maior tempo ela estava parada.

Na entrada da casa dele a direita havia um bananal onde também intercalado e por baixo tinha uma imensidão de cafeeiros que se protegiam das geadas abrigados nas sombras das bananeiras.

A casa dele era de tijolos vermelhos sem pintura nenhuma.

Ele teve varíola quando criança ainda na Letônia e tinha a pele toda marcada de cicatrizes.

Ele era apaixonado pelo líder nazista Adolph Hitler. Tinha uma namorada na Alemanha chamada Tosca a qual mandava muitos Zeitung super ilustrados sobre as maravilhas de lá. Junto a estes Jornais vinha um Suplemento Infantil em alemão que se chamava” Kunter Bunt” e era muito ilustrado. Ele trazia para nos lermos e nos líamos as figuras e entendíamos tudo.

No terreno dele morava uma senhora de reputação duvidosa chamada Maria Bombazara. Não era bom falar desta mulher que era chamada de Dª Marica.

Uma vez ele apanhou uma malária que dá uma febre em períodos alternados e como a mãe dele tinha morrido e ele estava sozinho o meu pai foi buscar o Ernestinho com a cama de ferro dele em um carro de bois para ficar em nossa casa. Lembro que quando era a hora da febre ele chegava a pular na cama.

Ele gostava muito de contar as grandezas da Alemanha de Hitler. Era um vizinho tranqüilo.

Previsão do futuro: O nosso irmão Alberto lembra que quando ainda era pequeno o Ernesto pôs a mão na cabeça dele e falou: Você teve muita sorte, nasceu em uma época que terá oportunidade de ver muitas maravilhas e novidades. Eu nasci em tempo errado…

Ele era um profeta visionário. Sabia que coisas iriam acontecer…..

V.A.Purim

Carta de Ernesto Grüntal para Ludwig Rose | Sobre o futuro de Reynaldo Purim – 1912

OPINIÕES
DIFERENTES
Carta de Ernesto Grüntall de Rio Novo para Ludvig Rose em São Paulo

Cópia cedida por Dª Waldtraut Rose
Tradução e comentários por Viganth Arvido Purim

O Reinis ou Reynaldo Purim era um mocinho inteligente e este vizinho chamado Ernesto Grüntal que era amigo do jornalista e Redator do Jornal alemão de São Paulo o Deucher Zeitung, o Ludwig Rose e nesta carta mostra claramente que estava torcendo que o Reinaldo deixasse do envolvimento que ele tinha com a Igreja Batista de Rio Novo e fosse trabalhar com o tio dele o Ludwig.
Vamos a Carta:

Rio Carlota 12-1-1912
[Rio Carlota era uma localidade contígua ao vale do Rio Novo]
Bom Amigo!
A tua carta recebi no dia 24 de Dezembro. Não parecia nada de bom e eu enfiei a mesma no bolso, pois pensava que seria mais uma daquelas de Porto Alegre de onde aqueles senhores novamente com duras palavras estariam cobrando o precioso pão que eu comi nos 2 ½ anos que fiquei lá. “Schtimungs” [esta palavra presumo que seja algum xingamento em alemão]•. Eu fiquei totalmente tomado de preocupação devido a estas coisas que poderiam acontecer.

Tendo chegado em casa e ainda com espírito desanimado, com a visão perturbada e muito apreensiva e assim colocando a carta em cima da mesa deixei-a para lê-la somente no dia seguinte. Mesmo não tendo aberto percebi que a carta era sua. O mundo pareceu totalmente sobre outro prisma, outra luz.
Pensei logo que agora teria que escrever em leto, mas pra você não seria prejuízo nenhum porque esta língua flui pra você como água. Eu pelo contrário quando tenho que escrever em alemão não posso prescindir de um dicionário.

Antes de continuar a escrever permita-me apresentar calorosos agradecimentos por ter me suprido todos estes anos com jornais, quais gostaria de continuar recebendo e assim tendo a oportunidade de avaliar o seu contínuo progresso mesmo sendo um leigo no assunto.
Posso mencionar a opinião do “clerical [Ele o Ernesto era ateu desprezava qualquer pastor] ” J. Inkis [Pastor batista que viajava e visitava as Igrejas] que reconhece que da sua mão a pena fluem idéias muito facilmente e você está em uma área quando a tua pena passando em papéis eles vão facilmente se transformando em dinheiro [o dinheiro vem dançando] .

Para perturbar ainda mais apressadamente perguntei se ele não iria aliciar esta pena tão fértil para ajudar causa dele. O homem começou a torcer dizendo que a obra dele era baseada em fatos irremovíveis como edificada em rocha sólida. Para permitir a ele mudança do rumo do vento e não me atacar com um punho fechado eu ofereci alguns exemplares do “F. Wochbelt” [deve ser alguma publicação em alemão] •. Lá entre outras coisas pode encontrar um Sermão sobre o Natal.

Noutra vez que nós nos encontramos ele reclamava da incredulidade e o distanciamento de Deus, do povo. Empertigado como um galo e com crista vermelha começou a fazer um sermão andando pela sala de um lado para outro e batendo com os punhos na mesa. Se ele tem sete cristas e faz toda essa encenação, tenho certeza que você tem pouco interesse, senão eu teria muito que contar, como estes pobres de espírito e curta perspectiva [estava se referindo ao seus conterrâneos letos da Igreja não ateus como ele]•, pessoas mesmo de pouca instrução que ficam correndo atrás dele.

É melhor eu continuar a minha carta.
É verdade que faz tempo que não temos trocado uma palavra. A verdade é que da minha parte o prejuízo foi maior e toda culpa da tua parte. Mas como eu leria “K.D.R.Vernümft “ [algum autor alemão] e tentasse entender. Quanto eu consigo me lembrar você foi o primeiro redator com quem em minha vida eu me correspondi. Estas pessoas pessoalmente não tenho oportunidade de conhecê-las e como tenho informações através de literatura que eles, os redatores estão atulhados de trabalho e estes homens não tem folga nenhuma. Também o índice de mortalidade destes é muito alto. Pois forçam muito o raciocínio elaborando, contestando se preocupando e assim prejudicando a saúde.
Por isso neste período eu não fiquei sabendo nada de você, como você estava passando e também os teus.
Contei ao teu pai [Jekabs Rose] de como trabalhas em jornais e tudo o mais que você faz lá. Ele não reclamou de nada e cofiando sua barba disse: “Estas coisas agora já são sabidas” Agora eu ainda transmiti a mensagem que você pediu para passar pra ele. Ele mora agora na propriedade dos Kunz [Família Alemã Sabatista que morava no Rio Larangeiras] , ganhando 60 mil réis por ano. Ele sente-se melhor para o trabalho, depois da doença, se bem que o reumatismo não o tenha deixado completamente e em tempos chuvosos ele ainda sente dores nos joelhos.
O plano dele é viajar para Timbó [Cidade do vale do Itajaí Assu acima de Blumenau] a de fim de consultar o Dr. Berkhotz para que ele o cure. E como ele espera viver até os cabelos ficarem grisalhos ele quer encontrar lá algum dentista que faça uma dentadura nova. Ele gostaria de ficar lá para viver. Se o médico o quiser poderá cuidar da terra dele. Isso tudo ele me contou. Manda muitas lembranças e saudações para você. Somente aos sábados ele se torna inacessível, pois se falar com alguém não pode partilhar dos cultos sabatistas.
Quanto ao Reinis [Reynaldo Purim] não tenho a menor dúvida que se ele cair sob a sua direção ele crescerá e se desenvolverá um grande homem. Moço esguio e crescido, mas ainda não chegou a tua altura, mas pode passar de você. A vida social dele é da casa até a Igreja Batista, em outros lugares você não vai vê-lo. Enquanto ele promete vir aqui em casa e demora, eu já fui e levei os “F.Wochblt”. Como sendo membro da Igreja Batista (encharcado pelo J.I [João Inkis] ) [Batizado por imersão, sistema praticado pelos Batistas] ele é constantemente alertado para não ter relações de amizade com os infiéis [um patrulhamento para que os jovens não vejam e não ouçam além do permitido] . Assim mesmo ele disse que foi inquirido, mas como são sabidas associações de outras correntes de opinião aqui não existem. Ele ficou muito admirado que a dª Anna Elbert tenha contado sobre você. Ele falou confiado na minha palavra que ela mesma teria escrito pra você. Quanto eu sei a única carta ou cartão foi por ele enviado ao Pastor Frey , redator do “Awots “ descrevendo alguma festividade da Igreja aqui. O Sr. Purim reconheceu que o filho Reinis é por você como que tivesse uma idéia fixa. Mas ainda não poderá deixar o Reinis ir embora, pois o irmão ainda não o substitui, ainda é pequeno (Artur) para tomar o seu lugar. Ai estará o prejuízo de uma enxada a menos na coivara.
Sobre livros que ele gosta, ele prefere os culturais e científicos. História e contos ele não gosta muito, diz que tem pouco o que aprender com lutas e dificuldades que ela apresentam. O Professor dele o Hans Elbert só tem coisas boas a dizer sobre ele. Sempre foi o aluno mais esforçado e diligente e com muito boa cabeça.
Quando compartilhei a tua carta na casa de tua irmã [Ludwig Rose era tio de Reynaldo Purim, A mãe de Reynaldo era Lisete Rose Purim irmã de Ludwig] os olhos dele brilhavam. Porem tinha que fazer o que a carta recomendava. Faltava confiança. Será que trabalhar em jornais seria o melhor emprego? Então porque você mesmo não escreve direto pra eles? Outro dia eu desci até a casa deles e perguntei como iria ficar, pois eu precisava te responder. Então recomendaram muitas lembranças, mas a viagem somente será ou seria possível quando a cegonha passear com carruagem de ferro [Uma expressão que na Letônia era usada quando indicando impossibilidade total do projeto ou evento] . Bem você vai saber mais quando te corresponderes com eles aqui.
Pelos sinais que você indica é que você se lembra de nós todos quando você vai muito bem, e isso não é de todo mal, pois se você estivesse passando mal nos estaríamos protegidos das más notícias…
Nos anexos de sua carta, preciso reconhecer e dizer, você mexeu com um assunto muito sensível. Eu não tenho nada com o que me gloriar. Reconheço que minhas lutas são com as minhas dívidas. A vida não vai como a gente queria que fosse. O quanto a gente planta a gente colhe. Durante o ano a gente gasta, mas nada em especial, mas no final não sobra nada. Termina curto e estreito. Se não fossem as dívidas seria bem mais fácil sobreviver. Iria tudo bem melhor.
Existem momentos que fico desanimado, mas eu tenho todo animo que um niilista [Niilismo, filosofia anarquista que não aceita nenhuma norma, princípio ou autoridade] pode ter. Quando estou sem esta depressão ai tudo bem. Dívidas maiores ainda tenho com o Diretor [Diretor da Cia Colonizadora] onde devo 300 mil réis. O contrato diz que eu tenho que pagar 100 mil réis todo ano. Além desta eu tenho uma dívida com o Sr. Purim onde falta pagar 130 mil réis. Eu tomei emprestado em 1907 para o pagamento com juros de 6% ao ano. E como ele é sócio da Cooperativa e lá eles pagam juros maiores ele este ano pediu o dinheiro. Dívidas em vendas [Vendas ou casas de comércio que vendem pela caderneta] eu não tenho. Se você pudesse me fazer um empréstimo de uns 300 mil réis, seria muito bom pra mim. E em minha vidinha daria um grande passo à frente.
Com uma calorosa saudação em pleno verão.
Fica o teu Ernesto

(Escrito na lateral da 2ª página:)
Muito agradecido pelo envio do livro “Viagens de Darwin”

No Próximo Capítulo: Anexo 1 – Algumas informações sobre Ernesto Grüntal

O tempo está seco e frio. | De Luzija Purim para Reynaldo Purim – 1921

[Uma carta da Tia Lúcia sem data, mas pelo contexto deve ser outono de….]

Querido irmão!

Primeiramente envio-te muitas lembranças.

Nós estamos passando bem. E penso que também você esteja..

O tempo está seco e frio. Ontem pela manhã lá em baixo perto da casa dos Grikis deu uma pequena geada. Na semana passada teve toda espécie de tempo. Um dia choveu um pouco e na Quinta feira deu uma ventania tremenda, tal qual, por aqui não tinha visto, pois o milho seco foi todo derrubado no chão e é rara a haste que ficou de pé. Logo teremos que começar a colheita do milho.

Você já sabe que o Limors não está mais no Rio Novo? Na cabeça daquele velho deve ter alguma minhoca, que ninguém conseguiu segurar.

O Pranzis com sua mulher não o puderam achar. Com uma pressa maluca, vendeu tudo para um italiano que já está morando na casa velha. Vendeu tudo como estava, roças, porcos, galinhas, vacas e todas os seus móveis e utensílios por 7.000$000. Todos falam que ele vendeu muito barato, porque só das roças o novo dono vai tirar muito dinheiro. E as ferramentas como enxadas, machados e outras mais estão custando uma fortuna..

O novo rico Peter pode começar abrir a sua venda ou bodega. Na parte de cima, o italiano não o deixa mais ficar somente lá na parte de baixo na beira da estrada.
Agora o Limors e o Pranzis viajaram para Kuritiba, para ficar um tempo com a filha e o Paranzis vai aprender alguma profissão.

Nós plantamos 4 feixes de mudas de grama, no mesmo lugar onde já tínhamos plantado, mas em alguns lugares não pegou devido à seca. Aquelas que pegaram estão crescendo bonitas. Nós fomos buscar as mudas lá, onde era a casa do Limors. O italiano dá com a maior boa vontade, quanto nos quisermos.

Logo nós vamos ter que arrancar o feijão, pois o mesmo já está maduro. O feijão do milho nós já batemos 2 quartas.
Em que serviço agora você está trabalhando? Você não tem que cortar a lenha?
Quais as matérias que agora você está estudando?
Quantos são os alunos atualmente? Aqui na escola, não tivemos aula por mais de uma semana. Houve uma folga devido as grandes festas. Hoje estiveram em casa notáveis visitas O Butlers com a Marta.
O Loks também pousou uma noite aqui em casa. Acho que vamos precisar começar a contar quantas visitas nós recebemos aqui, porque são muitos. Alguns vinham dormir durante o dia porque não agüentavam o sono, porque durante a noite ficavam batendo trela por ai.
Bem agora chega.
Muitas lembranças de todos de casa. Luzija