Até que enfim chegou… De Olga Purim para Reynaldo Purim

(Cartão Postal escrito a lápis)
Orleans 26-10-21
Querido Reini.

Hoje depois de um longo tempo recebi uma carta sua escrita no dia 7-10.

Vai fazer quase dois meses que não tenho recebido nada. Até que enfim hoje chegou posso ter certeza que continuas vivo.

Nós estamos passando bem, somente o tempo está muito chuvoso e assim os trabalhos nas roças estão muito atrasados.

Quando mandar jornais outra vez, por favor, poderia mandar um vidrinho de Alliun Sativun [Medicamento homeopático a base de alho]| que aqui custa 1$600 e na maioria das vezes não tem nas farmácias. Agora nós todos tivemos uma tosse tão grande como nunca vista antes.

Com muitas lembranças. Olga

Nós estamos passando bem | De Olga Purim para Reynaldo Purim

Cartão Postal 23 de setembro de 1.920

Querido Reini!
Hoje recebi aquela carta registrada com todas aquelas belezas e maravilhas. Obrigado. Ainda para uma carta não tenho a resposta. Provavelmente você já a tenha recebido e nela continha algumas novidades. Nós estamos passando bem. O tempo é que está chuvoso demais e não permite os trabalhos nas roças. O dinheiro nós já mandamos. O que você está resolvendo sobre as férias? Podes vir ajudar a capinar. Os Rionovenses ainda se lembram do ano passado. Logo vai chegar um missionário e sua esposa para ficar uma temporada maior aqui em Rio Novo. Com lembranças de todos. Olga.

Alegria para a Mamma | Olga Purim a Reynaldo Purim

[Cartão Postal]

Orleans, 31-10-19

Querido Reini!! Saudações. Agora faz dias, semanas e até meses que não temos recebido nenhuma notícia sua. Por que não chega mais nada? Você não tem recebido nossas cartas e por isso não tens escrito? Na semana passada mandou um cartão postal. Você recebeu o dinheiro que nós enviamos através da Pinho? Agora estamos passando mais ou menos bem. O tempo está bom e é possível que dê para fazer as queimadas, isto é, se não voltar a chover outra vez. O que vais fazer nas férias? Eu já escrevi que venha para casa, isso se não puder ficar lá na escola. Se você vier vai dar muita alegria para a Mamma, pois agora ela está sofrendo mais das pernas do que antes.

Lembranças de todos. Olga

O velho Zommer morreu no dia 20 | Olga Purim a Reynaldo Purim

[Cartão postal datado com o carimbo de Orleans: 12-02-1919]

Bem, agora tenho algumas novidades. O assunto é que o A. B. Deter logo virá para o Rio Novo. Essa novidade não era esperada, mas ele tem escrito para o Onofre que em breve gostaria de visitar a as igrejas batistas de Santa Catharina, sendo província vizinha, e ele morando em Curitiba. Essas igrejas precisariam ajudar a pagar parte das despesas de passagens e demais custos da viagem — a que nossa igreja [de Rodeio do Assucar] imediatamente e com alegria se prontificou. Ele também teria escrito para o Butler, da igreja do Rio Novo, mas não sabemos qual é a opinião dele sobre a vinda dele para cá. Também não consigo imaginar a opinião do Dr. Deter sobre a “maravilhosa mocidade” da igreja do Rio Novo, ou do restante do “grande” trabalho do Dr. Butler, nem do quanto é “importante” o lugar em que ele é pastor. No Rio Novo não é possível encontrar nenhum moço que não tenha uma guria debaixo do braço…

O Eduardo Karp [NOTA: Eduardo Karp se casaria mais tarde com Lucia Purim, irmã de Olga] voltou para casa antes das festas do Natal muito doente com um problema sério no estômago; segundo dizem está irreconhecível e continua de cama.

O velho Zommer morreu no dia 20 de dezembro na casa dos Grikis e o enterro foi no dia seguinte. Nos últimos tempos estava tão mal que não reconhecia ninguém e não conseguia se mexer.

O Jurgis Karklin, como já escrevi, está em casa, mas agora não se ouve a grande “prosa” contando aquelas grandezas, nem fala de ir embora. Parece que ele ultimamente não morava em Porto Alegre, mas sim em colônias próximas, simplesmente capinando batatas.

Bem, por hoje chega. Vou aguardar longa carta sua. Você deve ter agora bastante tempo livre, então aproveite: quero saber bastante de você e da tua vida. Com muitas lembranças,

Olga

Os boatos vindos do Rio | Carlos Leimann a Reynaldo Purim

[Cartão postal em português, apresentado na grafia original]

Cachoeiro do Itapemirim, 27/10/18

Prezado Reynaldo! Saudações!

Os boatos por aqui, vindos do Rio, são de atemorizar o mundo. O que há de realidade ahi? A “Hespanhola” já chegou até o Collegio? Está funcionando ainda? Nós fechamos o Collegio ainda que sem motivos de força maior, pois aqui a “tal” não inspira medo, porem o povo está alarmado e é o peior. Qual é o teu destino pelas ferias? Já resolveu? Estou propondo um negocio ao Sr. Reno [NOTA: Loreen Reno, missionário norte-americano naquela região] – Se ele aceitar…? Não sei – porem quero saber alguma cousa de ti — direta e francamente. Escreva de modo expansivo. Seu como sempre,

Carlos Leimann

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A gripe de 1918

Como capinar | Olga Purim a Reynaldo Purim

[Cartão postal]

Orleans, 9 de outubro de 1918

Querido Reini,

Hoje, agora mesmo, recebi os jornais e a carta escrita dia 14-9-18. Obrigada. Aquela carta registrada recebi já faz tempo e já mandei uma resposta. A carta do Watson, depois de duas semanas. Ele escreve sobre os regulamentos do exército em tempo de guerra, e isso nós não alegrou nada. Então, quanto a isso faça o que achar melhor. E quanto às férias, você poderá ir a algum lugar? Ou vai ter que ficar todo o tempo estudando? Nos estamos bem com saúde; o tempo na maior parte está chuvoso e não permite ir para a roça. Serviço, temos bastante, como capinar, plantar, etc. Mais nada importante por aqui tem acontecido. Com muitas lembranças de todos de casa,

Olga

Uma pequena povoação | Ludvig Rose a Reynaldo Purim

[Cartão postal em português, na grafia original]

Sto. Amaro, 05. 10. 18

Meu querido Reynaldo!

As pressas! Recebi a tua carta de 1. do corrente, hontem. Estou, há algum tempo, morando em Sto. Amaro, uma pequena povoação nas proximidades de São Paulo, e passo regularmente ocupando-me com trabalho rural. A minha saúde, como a de minha família, nunca foi melhor.

Se tens vontade — e creio que não há motivos de admittir o contrario — de pegar na enchada e plantar as batatas, então estás convidado de passar as tuas férias em minha casa.

O meu endereço [de correspondência] continua a ser o mesmo: Rua Libero Badaró, 99.

Cumprimentos cordiais de todos nós.

Lrose [Ludvig Rose]