Uma nota sobre a grafia



Em sua forma não flexionada, no modo nominativo, os substantivos em leto terminam com a letra “s”. Assim, Robert Klavin irá normalmente assinar “Roberts”; Artur Purim poderá assinar “Arturs”, e assim por diante.

Para complicar, aqueles eram tempos de transição, e não havia muita consistência em como as pessoas escreviam nomes e sobrenomes. Reynaldo Purim, o destinatário das cartas arquivadas neste sáite, é chamado alternadamente de Reini, Reinis, Reinaldo, Reinold, Reinolds, Reynold, Reynolds, Reynaldo, Reynold, Reynoldo ou variações ainda mais improváveis dessas mesmas raízes. Artur às vezes se diz Arthur ou Arthurs, Ludvig pode aparecer como Ludwig ou Ludovico, Lisete como Lizete, Lisette ou Lisetta, e assim por diante.

A mesma falta de consistência afeta a grafia de sobrenomes. Leiman pode aparecer como Leimann, Leimanis, Leimans, Leimanns; Feldberg pode ser Felberg, Feldsberg, Feldbergs, Feldsbergs; Klavin pode vir como Klavim, Klawin ou Klavins; Purim como Purin, Purens ou Purins; Rose, como Roze.

Para completar, alguns notários de plantão eram conhecidos por sua insistência em germanizar os sobrenomes letos acrescentando-lhes a letra “g”. Assim, Purim aparece em alguns documentos como Puring, e Klavin como Klawing.

Por vezes, como se vê em algumas cartas, a mesma pessoa usa uma grafia diferente para um mesmo nome (muitas vezes o seu próprio) em diferentes ocasiões.

Essa diversidade foi preservada nos documentos arquivados neste sáite e estende-se em parte à vida real, na grafia de nomes e sobrenomes dos descendentes de letos. Dentre os filhos de um mesmo Artur Purim, por exemplo (cujo nome oficial, para complicar, era Otto Roberto), há os que foram registrados como Purin e os que foram registrados como Purim. Semelhantemente, os descendentes de alguns ramos da família Karklin hoje assinam Karkling.

Durma com um barulho desses.