Rio Novo, 8 de julho de 1917
Querido amigo,
Alegro-me em saber que estás passando bem. A tua carta recebi recentemente. O tempo está firme, com exceção da semana passada que estava nublado e soturno, mas chovia muito pouco.
Espiritualmente temos alegrias e tristezas. No mês passado eu, o Artur e o filho do Match estivemos fazendo uma visita ao Onofre. Eu fui a pé, através o Braço do Norte e eles a cavalo. Levei 8 ½ horas. Eles chegaram bem estropiados.
Reinato e uma órfã chamada Rumilda querem se unir à Igreja. Pela história dela, é filha da irmã do Presidente Campos Salles. O Onofre a encontrou em Tubarão em situação nada invejável. Ela é uma entusiasta cantora dos hinos de louvor.
Na volta, já próximo a Orleans, o trem atropelou um surdo mudo, mas ele não morreu na hora.
Triste é a situação de muitos jovens crentes, que se unem com os incrédulos, mas nesta nossa Igreja não é proibido.
Um domingo eu acompanhei uma Escola Dominical diferente em Rio Laranjeiras. Eles tinham aprendido a lição a seu modo e com suas próprias forças.
Avelino não mora mais com os Leimann. O “Engenho” ainda não está pronto. O Juris prometeu escrever.
De que jeito aqueles alunos que não tinham dinheiro para pagar os estudos passaram de ano?
Envio sinceras saudações e espero que tenhas sucesso em teus empreendimentos.
Arnolds [Klavin]